Muito se perdeu com as queimadas, em especial com a região do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
Fauna, flora, insetos, répteis, anfíbios, pássaros, pessoas e muito mais que isso, qualidade do ar, produção de grãos e alimentos, pastagens, animais domésticos e domesticados, enfim muita coisa se perdeu neste trágico evento.
Como foi visto por imagens de satélites (não só os do INPE), mas de diversas estações de observação de controle do clima, mais de 20% da biodiversidade do Pantanal foi perdida nestes incêndios.
Mas, o fato pior a ser analisado agora é a restauração do lugar. Não existe uma medida nem estratégia para isso. Não temos empresas nem mudas de árvores nativas para serem replantadas e recuperar estas áreas, plantas estas que se tivessem 1m de altura, por exemplo, aumentariam as chances de recuperação e diminuiriam o tempo de recuperação em pelo menos 15%, já que são árvores e mudas já "pegadas" ou seja com resistência e tamanho suficiente que podem ter sucesso em seu crescimento e evolução muito maiores que esperar a natureza resolver esta questão sozinha.
Não temos este tipo de "prevenção", de manter um plantel de mudas aguardando a hora de serem utilizadas. Se cada fazendeiro, sitiantes ou comunidade tivesse um espaço de 100m² dedicados a manter mudas de plantas endêmicas, para que fossem transportadas, transferidas e replantadas no local degradado a recuperação seria muito mais rápida e prática. No caso da comunidade um trabalho de utiliza-los para coletar sementes e manter um banco de sementes para serem usadas na semeadura e no replantio seria maravilhoso e sem grandes perda de diversidade local.
O problema não é que a natureza não vá se recuperar, ela vai. Vai demorar, mas ela vai se recuperar, o problema agora é: A pouca vida, animais, insetos, pássaros, répteis e anfíbios por exemplo não terão alimento para se manter nesta região. E não tendo semente, não tendo atrativos, não tendo árvores para eles pousarem (no caso dos pássaros que são dispersores de sementes) não haverá repovoamente de espécies na região ou se existir será muito mais demorado.
É nisso que temos que focar com esta lição, é fazer com que os fazendeiros e sitiantes, donos de hotéis e pousadas incentivem e mantenham um viveiro de árvores nativas, frutas nativas, plantas por assim dizer, que em momentos como estes salvarão não só o seu negócio mas as espécies que estão lá.
Eu tenho um projeto bem legal que estou desenvolvendo como estudante de biologia e já está bem estruturado para este tipo de mantenedor de espécies, estes viveiros de repovoamente e recuperação, se alguém estiver interessado em saber mais e participar do projeto é só chamar.
Nos próximos posts vou dar mais detalhes do que e como os impactos da demora em reconstruir (recuperar ou restaurar) estas áreas podem impactar muito mais no que já vivemos hoje e nas próprias plantações, pecuária, etc. da região.